O abridor de letras

O abridor de letras

O abridor de letras: A vivência de 40 anos na Amazônia sempre fez com que João Meirelles Filho buscasse a fronteira entre o real e o imaginário. Escritor e empreendedor social há 30 anos, ele é autor de diversos livros de não-ficção sobre a floresta amazônica. Este ano ele estreou na ficção e conquistou o Prêmio Sesc de Literatura com o livro “O abridor de letras”.

O abridor de letras: Lançamento

A natureza e as mudanças climáticas também estão presentes nos oito contos reunidos no livro. “Muitas das questões socioambientais são desinteressantes à maioria, a ficção permite uma abordagem intimista e, quem sabe, mais persuasiva e que raramente procura encerrar problemáticas tão complexas”, afirma o autor em entrevista ao blog da editora.

Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, “O abridor de letras” reúne contos que se passam na Região Norte do país

O abridor de letras

O abridor de letras

Nos textos, a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e o Pantanal são explorados por meio do linguajar caboclo, pelos saberes e fazeres locais e pelo contraste entre o urbano e o rural. “Há algo genérico no sertão interior, onde as palavras se tornam mais inquiridoras à medida que avançam rios e serras adentro, em novos contatos com outras paisagens culturais”, declara.

Lançamento do Vencedor do Prêmio Sesc de Literatura “O abridor de letras” 

“O abridor de letras” chega às livrarias neste mês de novembro pela Editora Record.

Conciliando a vida de escritor com a de ativista social, Meirelles já prepara o segundo livro de contos e conta que o Prêmio SESC foi um grande estímulo. “Primeiro, porque nunca participara de prêmio algum e, assim ele  me diz com todas as letras –  vai, siga adiante –; e, depois, porque as narrativas estão surgindo à medida que deixo a porteira aberta…”

Trecho:

“Trapiche. Nossa! Achava lindo, aquela palavra se acompridando pra dentro d’água e na boca- tra-pi-cheee. Muxoxo, outra que se deliciava com o biquinho que a boca formava. Tinha vontade de se empanzinar com um cardume de muxoxos como se fossem doces recheados de creme. Maxixe, calafate. Misterioso este calafate, parece coisa muito antiga. E é, soube, das profissões mais antigas deste mundo. Abridor de letras, isso era o paraíso das palavras. Estes abridores de letras também abriam palavras?  Abriam frases? Abriam livros? Ai, que lindo.”

João Meirelles Filho é escritor e ativista ambiental. Trabalha há vinte anos no Instituto Peabiru, ONG que atua na área dos direitos sociais e ambientais. Nascido em São Paulo, dedica sua vida à Amazônia e, em especial, a Belém, Pará, onde reside com sua mulher. É autor de ensaios e livros de não-ficção, como O livro de ouro da Amazônia (Ediouro) e Grandes expedições à Amazônia brasileira, em dois volumes (Editora Metalivros).

Lançamento: “O abridor de letras”

5 de dezembro, Brasília-Sesc Presidente Dutra
Edifício Presidente Dutra – Setor Comercial Sul, SHCS, DF

7 de dezembro, Belém-Sesc Boulevard
Av. Blvd. Castilhos França, 522/523 – Campina, Belém

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